9 de março de 2015

Homossexualidade pode ter sido comum no início do Cristianismo romano

Após mais de uma década de análises que culminaram na autoria do livro “Man to Man: Desire, Homosociality, and Authority in Late-Roman Manhood” (em tradução livre, “De homem para homem: Desejo, Homossocialidade e Autoridade dos Homens no Império Romano Tardio”), o pesquisador Mark Masterson concluiu que a homossexualidade era prevalente em Roma no início do Cristianismo.

Meu trabalho incita o diálogo sobre a sexualidade em tempos antigos. A imagem usual do império cristão precoce é a de uma sociedade ‘certinha’ e muito mais tradicional, e a minha pesquisa sugere que as pessoas nem sempre obedeciam às ‘regras’ – não fazem agora e nunca fizeram”, argumenta.

O Dr. Masterson, do Departamento de História da Arte, Clássicos e Estudos Religiosos da Universidade de Victoria, na Austrália, analisou registros documentais romanos de todos os tipos, datados sobretudo do final do século IV e início do século V, para desenvolver um quadro mais completo dos homens antigos.

Isso incluiu correspondências entre civis, bem como avisos legais por parte das autoridades da época, que inicialmente governaram contra a prostituição homossexual e, mais tarde, contra a própria homossexualidade.

Enquanto o sexo entre homens não era objetivamente ilegal naquele tempo, era explicitamente desaprovado pelas autoridades”, explica Masterson. “O fato de que as autoridades discutiam sobre como os homens deveriam se relacionar com outros homens, mesmo lançando mão de uma linguagem pejorativa, revela que a homossexualidade masculina era predominante e bastante conhecida. Afinal, você não faz decretos contra uma atividade a menos que seja algo que realmente incomode”.

Muitas das cartas entre homens tinham um elemento de “romance”.

Esses homens usavam uma linguagem carregada de libido em suas cartas, e, quando você as analisa com mais calma, é capaz de notar que eles se esforçavam para deixá-las simétricas, um dos primeiros registros de poesia erótica da História. Embora isto não implique necessariamente em um relacionamento mais íntimo, a amizade desses homens era essencialmente sexual, sublinhando a sua proximidade”, conclui Masterson.

Fontes: 01 e 02.

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