A nanotecnologia é muito mais
antiga do que se pensava. Evidências recentes sugerem que os artesãos romanos
criaram o Cálice de Licurgo com ajuda de nanopartículas há dezesseis séculos.
O cálice retrata a história do
rei Licurgo, que está preso em um emaranhado de videiras como um castigo pela
traição cometida contra Dionísio. O objeto romano é conhecido por ser iluminado
pela frente, com uma cor verde. Mas parece vermelho quando iluminado por trás.
O segredo por trás dessa mágica está na nanotecnologia. Uma análise de pequenos
fragmentos quebrados do vidro do cálice revelaram partículas de prata e de ouro
tão pequenas que seria preciso mil delas para alcançar o diâmetro de um grão de
sal refinado.
Os pesquisadores especulam que os
romanos moíam as partículas de metal até que mil delas correspondessem ao
tamanho de um único grão de areia. Em seguida, essas partículas de ouro e prata
eram misturadas com o vidro. Cada pedaço tinha cinquenta nanômetros de
diâmetro. Isso faz dos antigos romanos os pioneiros da nanotecnologia. A
mudança de cor acontece quando a luz bate no vidro. Isso faz os elétrons dos
metais ali contidos vibrarem de tal forma que alteram a cor dependendo da
posição do observador. Os pesquisadores também suspeitaram que quando a taça
estava cheia de líquido, isso também alteraria a interação dos elétrons e a cor
do vidro.
Como não era possível encher o
cálice de líquido, os pesquisadores fizeram pequenos furos em uma plataforma de
plástico e espalharam nanopartículas de ouro e prata, assim como os antigos
romanos haviam feito no vidro do cálice. Dependendo do líquido, cores
diferentes apareciam. Verde claro para água e vermelho para óleo, por exemplo.
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