Durante a Idade Média, algumas
das maiores cidades do mundo ficavam localizadas na costa oriental da África.
Construídas com cúpulas ornamentadas e paredes elevadas feitas com corais do
oceano e pintadas com um branco reluzente, elas encantavam os comerciantes que
vinham da Ásia, do Oriente Médio e da Europa. Elas eram as superpotências da
Costa Swahili e, por muito tempo, foram incompreendidas por arqueólogos e
pesquisadores, que só recentemente passaram a apreciar sua importância.
Entre as grandes cidades
medievais africanas estavam lugares como Songo Mnara, uma cidade linda e muito
movimentada construída em uma ilha na costa da Tanzânia, no século XIV. E,
enquanto cidades europeias estavam sendo praticamente dizimadas por conta de
pestes e falta de alimentos, Songo Mnara estava prosperando a todo vapor.
Samir Patel, jornalista editor do
Archaeological Institute of America, escreveu um artigo fascinante que conta um pouco
melhor a história da cidade. Segundo ele, a partir do século XV, as riquezas do
interior da África (como marfim, ouro, resinas, alimentos, madeira e até mesmo
escravos) estavam sendo muito requisitadas em todo o mundo. Essa abundância de
mercadorias, então, fez o comércio prosperar, enriquecendo espetacularmente a
região.
Erguida pelo povo de Kilwa
Kisiwanti, uma cidade antiga localizada em uma ilha próxima dali, Songo Mnara
tinha uma arquitetura incrível, que pode ser comparada com os melhores
trabalhos dos urbanistas de hoje em dia. Embora ninguém tenha certeza do motivo, essa população queria construir a cidade rapidamente. Então, elaboraram um
plano, planejando a organização de casas, palácios e mesquitas em torno de
áreas abertas com belas vistas.
Hoje, Songo Mnara é uma ruína que
havia sido quase esquecida pelas pessoas que vivem fora da área local. E,
segundo os arqueólogos que estão estudando a região agora, essa grande memória
do império comercial deixa mais evidente do que nunca a contribuição das
civilizações africanas para o desenvolvimento do mundo medieval.
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