30 de maio de 2014

Songo Mnara, a cidade medieval esquecida da África

Durante a Idade Média, algumas das maiores cidades do mundo ficavam localizadas na costa oriental da África. Construídas com cúpulas ornamentadas e paredes elevadas feitas com corais do oceano e pintadas com um branco reluzente, elas encantavam os comerciantes que vinham da Ásia, do Oriente Médio e da Europa. Elas eram as superpotências da Costa Swahili e, por muito tempo, foram incompreendidas por arqueólogos e pesquisadores, que só recentemente passaram a apreciar sua importância.

Entre as grandes cidades medievais africanas estavam lugares como Songo Mnara, uma cidade linda e muito movimentada construída em uma ilha na costa da Tanzânia, no século XIV. E, enquanto cidades europeias estavam sendo praticamente dizimadas por conta de pestes e falta de alimentos, Songo Mnara estava prosperando a todo vapor.

Samir Patel, jornalista editor do Archaeological Institute of America, escreveu um artigo fascinante que conta um pouco melhor a história da cidade. Segundo ele, a partir do século XV, as riquezas do interior da África (como marfim, ouro, resinas, alimentos, madeira e até mesmo escravos) estavam sendo muito requisitadas em todo o mundo. Essa abundância de mercadorias, então, fez o comércio prosperar, enriquecendo espetacularmente a região.

Erguida pelo povo de Kilwa Kisiwanti, uma cidade antiga localizada em uma ilha próxima dali, Songo Mnara tinha uma arquitetura incrível, que pode ser comparada com os melhores trabalhos dos urbanistas de hoje em dia. Embora ninguém tenha certeza do motivo, essa população queria construir a cidade rapidamente. Então, elaboraram um plano, planejando a organização de casas, palácios e mesquitas em torno de áreas abertas com belas vistas.

Hoje, Songo Mnara é uma ruína que havia sido quase esquecida pelas pessoas que vivem fora da área local. E, segundo os arqueólogos que estão estudando a região agora, essa grande memória do império comercial deixa mais evidente do que nunca a contribuição das civilizações africanas para o desenvolvimento do mundo medieval.

Fontes: 01 e 02.

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