2 de maio de 2014

Antigo medicamento egípcio pode ser útil contra inflamações coronárias

Pesquisadores concluíram que uma droga comumente utilizada no tratamento de reumatismo pelos antigos egípcios pode ser eficaz na prevenção de inflamações coronárias, também conhecidas como pericardites. A colchicina também é utilizada há séculos no tratamento da gota, da febre mediterrânica e do Mal de Behçet.

A pericardite é um inchaço do pericárdio, membrana que envolve o coração. Ela provoca dores no peito, tipicamente agudas e de curta duração. A sensação é muitas vezes causada pelo atrito entre as duas camadas inflamadas do pericárdio. Ainda que ferimentos, determinados medicamentos e algumas doenças inflamatórias sistêmicas sejam cientificamente reconhecidos como fatores de risco à doença coronária, a causa central de sua ocorrência é de difícil rastreamento.

De acordo com o novo estudo, recentemente apresentado em sessões científicas do Colégio Americano de Cardiologia, em Washington, a colchicina tem uma propriedade capaz de reduzir em até 50% a taxa de recorrência da inflamação. Os pesquisadores apuraram os efeitos da droga em contraste com um placebo entre 240 pacientes, mostrando que a dor no peito reapareceu em 42,5% dos que não tiveram contato com o medicamento, e em apenas 21,6% dos que tiveram. Em acompanhamentos, os pesquisadores também concluíram que a colchicina reduziu drasticamente o número de hospitalizações posteriores.

Historicamente, a substância foi originalmente extraída de uma planta conhecida como "açafrão do prado". Seu primeiro registro data de quinze séculos antes de Cristo, em um documento médico egípcio conhecido como o “Papiro de Ebers”. Contudo, não é totalmente novo que a colchicina seja elencada entre os medicamentos eficazes no combate à pericardite. Estudos da American Heart Association identificaram seus efeitos positivos sobre a condição em meados de 1998 e, quinze anos depois, pesquisadores lançaram outro estudo destacando "espectros ainda mais amplos de doenças cardiovasculares” suscetíveis à droga. O estudo mais recente espera reacender de vez o interesse acadêmico por este antigo medicamento.


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